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George Harrison e Paul McCartney: O Amor pelo Ukulele e a Amizade Entre Dois Ex-Beatles

22/01/2024Por Carlos Mercier
George Harrison e Paul McCartney: O Amor pelo Ukulele e a Amizade Entre Dois Ex-Beatles

George Harrison, lendário guitarrista dos Beatles, era também um apaixonado pelo ukulele. Este pequeno instrumento acompanhou Harrison ao longo de grande parte da sua vida, sendo uma presença constante não apenas nos seus momentos pessoais, mas também na sua carreira musical. Um exemplo marcante do seu amor pelo ukulele pode ser ouvido no seu último álbum, Brainwashed, especificamente na faixa "Between The Devil And The Deep Blue Sea", onde o som delicado do ukulele se destaca.


Harrison era conhecido por carregar vários ukuleles no porta-bagagens do seu carro, oferecendo-os frequentemente a amigos e colegas músicos. Esta generosidade simbolizava a sua paixão por compartilhar a alegria que o ukulele lhe proporcionava. Para George, o ukulele era mais do que um instrumento — era uma forma de vida, uma maneira de espalhar felicidade e criar conexões.


Durante os seus últimos anos, Harrison frequentemente tocava ukulele em encontros informais com amigos, reforçando a sua ligação com este instrumento. A sua devoção ao ukulele ajudou a revitalizar o interesse por ele no Reino Unido e em outros países, inspirando uma nova geração de músicos a explorar este pequeno, mas poderoso, instrumento.


Paul McCartney, outro ex-Beatle, também nutre uma forte relação com o ukulele, influenciado pelo seu amigo e colega George Harrison. A primeira evidência do apreço de McCartney por este instrumento pode ser ouvida na música "Ram On", do seu álbum Ram de 1971. No entanto, foi após a morte de Harrison que McCartney começou a prestar tributo ao amigo através de uma tocante performance de "Something" — uma das mais famosas composições de Harrison — tocada num ukulele Gibson de tamanho tenor.


Este gesto tornou-se um momento icónico nos concertos de McCartney, onde ele presta uma sentida homenagem a George, recordando a sua amizade e a paixão que partilhavam pelo ukulele. A interpretação de "Something" ao ukulele é agora uma parte crucial dos seus espetáculos ao vivo, sendo amplamente apreciada pelos fãs por combinar nostalgia, amizade e talento musical.


O uso do ukulele por McCartney ajudou a reforçar a popularidade deste instrumento junto de novas audiências, mostrando que o seu som simples e encantador pode criar momentos musicais profundamente emocionais. Ao longo dos anos, Paul McCartney tornou-se um defensor do ukulele, mantendo viva a sua importância na cultura musical contemporânea.


Para George Harrison e Paul McCartney, o ukulele representava mais do que um simples instrumento de cordas. Era um símbolo de alegria, amizade e partilha. Harrison, em particular, via o ukulele como uma forma de transmitir felicidade de uma maneira descontraída e divertida, algo que McCartney adotou de forma semelhante. O facto de Harrison oferecer ukuleles aos amigos e McCartney homenageá-lo tocando um desses instrumentos em concertos públicos demonstra como ambos valorizavam o significado emocional deste pequeno instrumento.


O ukulele permitiu que ambos os músicos explorassem um lado mais leve e acessível da sua criatividade, afastando-se das grandes produções que os Beatles exigiam e abraçando a simplicidade pura e cativante do instrumento. A paixão que os dois partilharam por ele permanece viva nas suas músicas e nas memórias que continuam a cultivar nos fãs.